japonês Hakamada: 48 anos perdidos na prisão Condenado à pena de morte,




Hakamada: 48 anos perdidos na prisão

Condenado à pena de morte, japonês foi solto após um tribunal concluir que houve utilização de provas falsas

REDAÇÃO

Shizuoka - O Tribunal de Shizuoka ordenou a realização de um novo julgamento para um ex-boxeador profissional que esteve no corredor da morte há décadas, alegando que sua condenação pelo assassinato de quatro pessoas foi provavelmente baseada em provas falsas.

O Tribunal anunciou a determinação na quinta-feira, citando os resultados de novos testes de DNA e dizendo que Iwao Hakamada, 78, deve ser considerado inocente no julgamento.

"Suspeita-se que os investigadores policiais produziram evidências-chaves", disse o juiz Hiroaki Murayama. "Não há indício razoável de que ele cometeu o crime."

Hakamada foi libertado da Casa de Detenção de Tóquio no mesmo dia, o seu primeiro gosto de liberdade desde meados da década de 1960, ao lado da irmã Hideko, que lutou incansavelmente pela revisão do processo.

Hakamada, que trabalhava em uma fábrica de missô (pasta de soja) na província de Shizuoka, foi preso em agosto de 1966 sob suspeita de assassinar um executivo da empresa, sua esposa e dois filhos em um assalto ocorrido dois meses antes. Ele também foi acusado de incendiar a casa da família.

Os investigadores obtiveram 45 confissões escritas de Hakamada, embora ele tivesse negado as acusações durante o seu julgamento. O tribunal distrital, de fato, rejeitou 44 das confissões, dizendo que elas foram obtidos através de métodos ilegais de interrogatório.

No entanto, o tribunal aceitou a outra confissão escrita. Um ano após os assassinatos, cinco peças de roupa manchadas de sangue foram descobertas na fábrica. Os promotores disseram que o sangue era de Hakamada, e que ele estava usando aquelas roupas quando matou a família.

O tribunal condenou Hakamada à morte em setembro de 1968. A sentença foi finalizada pela Suprema Corte em novembro de 1980.

Hakamada entrou com recurso de apelação para um novo julgamento, em 1981, mas o tribunal distrital o indeferiu em 1994. Ele mais uma vez procurou um novo julgamento em 2008.

Exames de DNA, realizados separadamente pela Promotoria e pelos advogados de defesa, mostraram que o sangue nas roupas não era de Hakamada.

Os promotores questionaram a confiabilidade dos testes de DNA, argumentando que o material recolhido pode ter se degradado ao longo dos anos.

Mas o tribunal disse que os resultados dos testes apresentaram evidências claras de que Hakamada deve ser considerado inocente e que sua pena de morte deve ser colocada sob espera.

"A decisão foi contrária às nossas expectativas", disse um promotor sênior de Shizuoka. "Vamos tomar medidas defensivas após discutir o assunto com os órgãos administrativos mais elevados."

Hakamada é o sexto preso no corredor da morte no Japão que ganhou o direito a um novo julgamento. Em quatro dos últimos cinco casos, os réus foram inocentados após uma reavaliação dos processos criminais.

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Iwao Hakamada sentiu o gosto da liberdade após ficar 48 anos preso
Reprodução/ANN
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