Ativista diz estar Feliz com revisão do Ipea, mas afirma querer estupro zero





04/04/2014 16h54 - Atualizado em 04/04/2014 20h52

Ativista diz estar 'feliz' com revisão do Ipea, mas afirma querer estupro zero






A jornalista Nana Queiroz, de Brasília, que iniciou o protesto "Eu não mereço ser estuprada", disse nesta sexta (4) estar "feliz" porque o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) errou os números da pesquisa segundo a qual 65,1% dos brasileiros concordam inteiramente ou parcialmente com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.
A ativista Nana Queiroz, que criou a campanha 'Eu não mereço ser estuprada', na casa dela, em Brasília  (Foto: TV Globo/reprodução)A ativista Nana Queiroz, que criou a campanha "Eu não mereço ser estuprada", na casa dela, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)
“Estamos muito felizes que eles tenham errado, mas 26% ainda é muito alto. E isso só mostra o quanto é necessário manter o movimento, e vamos continuar trabalhando até que este número seja de 0%”, afirma Nana.
O protesto se espalhou pelas redes sociais, com fotos de homens e mulheres reproduzindo a frase em fotos pessoais. Pelo Twitter, ela disse que foi ameaçada de estupro devido à repercussão da campanha e recebeu a solidariedade de Dilma.
“Tudo continua igual. A gente continua tendo o mesmo objetivo. A vítima não tem culpa. A gente vai mudar a cabeça desses 26%.”
Em nota divulgada nesta sexta, o instituto pede desculpas e informa que "o erro relevante" foi motivado por troca de gráficos que inverteu resultados de duas das questões – "Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar" e "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".
Estamos muito felizes que eles tenham errado, mas 26% ainda é muito alto. E isso só mostra o quanto é necessário manter o movimento, e vamos continuar trabalhando até que este número seja de 0%"
Nana Queiroz, jornalista
"Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias", diz o texto da nota.
Apesar do erro, a nota do Ipea afirma que as conclusões gerais da pesquisa "continuam válidas". "Pedimos desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres", afirmou o instituto.
A atiivista Nana Queiroz na Esplanada dos Ministérios em imagem usada na campanha contra o estupro (Foto: Reprodução)A ativista Nana Queiroz na Esplanada dos Ministérios em imagem usada na campanha contra o estupro (Foto: Reprodução)
Intitulada “Tolerância social à violência contra as mulheres”, a pesquisa teve ampla repercussão. A presidente Dilma Rousseff chegou a comentar por meio do microblog Twitter. Com base nos dados da pesquisa, ela disse que o país tem "muito o que avançar no combate à violência contra a mulher".
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração assim que o erro foi constatado, informou o instituto.
Segundo o Ipea, a pesquisa ouviu 3.810 pessoas entre maio e junho do ano passado em 212 cidades. Do total de entrevistados, 66,5% são mulheres.
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